sexta-feira, 7 de setembro de 2007


Tatuagem

De branco, de bem, esvoaçante

Leve, louca, linda, descalça

Ela dançava elegante

Uma imaginária valsa

Que me dava arrepios

Ao sentir sua penugem

Ela girava no vazio

Mas eu tinha vertigem

Servia-se do meu vinho

E cantava alegre e tanto

Que até mesmo um passarinho

Veio pousar no seu ombro

Eu sonhava nos seus abraços

Cochichava no seu ouvido

Tatuado com os seus traços

Um coração partido

Ela exalava flores da gente

Quando adormecia saciadauma borboleta no seu ventre

Me beijava encabulada

E nossos corpos entrelaçados

Entre gemidos e risos na viagem

Pelos apelos nos pêlos suados

Sou só mais uma tatuagem.

Zeca Devebec

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